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XX domingo do Tempo Comum

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Prtilha e dom dos pães
19 agosto 2012
Reflexões sobre as leituras
de
LUCIANO MANICARDI
Eis a vida que inerva a Eucarístia: fazendo participar o crente do Espírito de Deus que perdoa os pecados e dá a vida aos mortos, ela faz-nos viver com aquela força de vida que é o ágape de Deus, mais forte do que a morte.  

domingo 19 agosto 2012
de LUCIANO MANICARDI 

Ano B

Pr 9,1-6; Sal 33; Ef 5,15-20; Jo 6,51-58

De que é que nos alimentamos? O que é que nos faz viver? Estas são as perguntas que emergem dos textos dos Provérbios e do Evangelho. Se o acto de comer assegura a vida física, o alimento oferecido pela Sabedoria tona-nos participantes de sabedoria e inteligência e o alimento e a bebida que o Filho do Homem pede que tomemos fazem o crente participar da vida de Cristo.

O texto Evangélico tem um conteúdo eucarístico expresso em termos, particularmente, crús e realistas: comer a carne e beber o sangue do Filho do Homem (cf. Jo 6,53-56). “Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele”, diz Jesus. Este realismo era corrente na tradição católica pós Reforma, sobre a "real" presença de Cristo naquilo que é comido enquanto o alimento é desmaterializado e des-corporizado, mas pode também ser declinado com uma reflexão sobre o sentido do material e o acto real de comer. Com efeito, na Eucarístia, o corpo de Cristo chega ao crente não através de um contato exterior e efêmero mas de uma forma íntima e duradoura: a assimilação de um alimento. Todas as valências inscritas no acto de comer são assumidas e ganham significado na Eucaristia: as valências culturais e sociais de trabalhar e preparar a refeição, a valência convivial (come-se com...) e a valência afectiva (o comer está ligado à oralidade e ao desejo). O comer revela o homem no seu estado necessitado e relacional, de ligação com a terra (comer um alimento é alimentar-se de um pedaço do mundo) e com os outros homens; remete-o à sua condição de corpo e à sua caducidade (come-se para viver, mas a comida não evita a morte). Entre a Eucaristia e as dimensões da existência existe um ciclo: estas são assumidas na primeira e a primeira ilumina-as, dando-lhes um lugar de experiência da presença de Cristo e de agradecimento.    

  “Assim como o Pai que me enviou vive e Eu vivo pelo Pai, também quem de verdade me come viverá por mim." (Jo 6,57). Este “me come” está em relação direta com o envio do Filho por parte do Pai, envio que é motivado pelo amor do Pai para com o mundo. Dar-se como alimento para a vida dos homens é pois a expressão mais fecunda e radical do amor de Deus e de Cristo para com toda a Humanidade. Participando na Eucaristia nós confessamos o amor de Deus por nós e reconhecemos que é esse amor que nos faz viver.


 

A expressão “carne e sangue” de Cristo remete para toda a vida humana do Filho de Deus. Comer aquele alimento e beber aquela bebida não significa apenas participar num rito, mas submeter-se, também, à escola da humanidade de Jesus. Toda a vida de Jesus é uma narração da vida divina e da vitória do amor sobre a morte e sobre o pecado. Assimilar a vida de Jesus significa acreditar n'Ele, morto e ressuscitado, Palavra eterna de Deus, feita carne que na sua humanidade narrou plenamente Deus. O paralelismo instituido por João àcerca do comer e do crer é instrutivo: “Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia" (Jo 6,54); “aquele que crê tem a vida eterna” (Jo 6,47); “Esta é, pois, a vontade do meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,40). O rito exprime a fé, a fé inerva a vida quotidiana em todas as suas dimensões e ilumina o rito tornando-o magistério pela existência.

A transferência da vida de Cristo para o crente, no acto eucarístico, acontece graças ao Espírito Santo. Na Eucaristia nós comungamos a humanidade de Jesus, vivificada pelo Espírito, comungamos “Cristo, nossa Páscoa e pão vivo que, mediante a sua carne vivificada e vivificante no Espírito Santo, dá vida aos homens” (PO 5). Eis a vida que inerva a Eucaristia: fazendo participar o crente do Espírito de Deus que perdoa os pecados e dá a vida aos mortos, ela faz-nos viver com aquela força de vida que é o agape de Deus, mais forte do que a morte. A Eucaristia, como sacramentum charitatis, é também sacramento do dom do Espírito. E “é o Espírito quem dá a vida” (Jo 6,63).

LUCIANO MANICARDI

Comunidade de Bose
Eucaristia e Parola
Textos para as Celebrações Eucarísticas - Ano B
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