À procura da verdade do próprio ser


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Etiopia, 2007
...a quaresma é o tempo de encontro da própria verdade e autenticidade...
Quaresma 2011
de ENZO BIANCHI
A conversão, não acontece nem se esgota num só momento, mas é um dinamismo que deve ser renovado nos diversos momentos da existência, nas diversas idades  

9 Março 2011

Quarta feira de cinzas

Todos os anos a Quaresma volta. Um tempo cheio, de quarenta dias, para ser vivido da parte de todos os cristãos como um tempo de conversão, de voltar para Deus. Os cristãos vivem lutando contra os ídolos sedutores; é pois sempre favorável um tempo para acolher a graça e a misericórdia do Senhor, contudo, a Igreja - que na sua inteligência conhece a incapacidade da nossa humanidade em viver sem fortes tensões o caminho quotidiano em direcção ao Reino - pede que seja um tempo preciso de destaque do quotidiano, um "outro" tempo, um tempo forte para fazer convergir no esforço de conversão a maior parte das energias que cada um possui. E a Igreja pede que isto seja vivido simultaneamente por todos os cristãos, isto é, que seja um esforço feito por todos em conjunto, em comunhão e em solidariedade. São, portanto, quarenta dias, para voltar para Deus, para repudiar os ídolos sedutores e alienantes, para um maior conhecimento da misericórdia infinita do Senhor. 

 A conversão, não acontece nem se esgota num só momento, mas é um dinamismo que deve ser renovado nos diversos momentos da existência, nas diversas idades, sobretudo quando o passar do tempo pode induzir no cristão uma certa acomodação à mundanidade, um cansaço, uma perda do sentido e do fim da própria vocação que o podem levar a viver a fé de uma forma esquizofrénica. Sim, a quaresma é um tempo de reencontro da própria verdade e autenticidade, antes mesmo de ser um tempo de penitência. Não é um tempo para fazer uma particular obra de caridade ou de mortificação, mas é o tempo para reencontrar a verdade do próprio ser. Jesús afirma que também os hipócritas jejuam, também os hipócritas fazem obras de caridade (cf. Mt 6,1-6.16-18): por isso mesmo é preciso unificar a vida diante de Deus e ordenar o fim e os meios da vida cristã, sem os confundir.